Eu nos EUA: Alabama


snownsun: Looks so nice right now, i wanna go... | ; I'll set you up against the stars




ALABAMA



O Alabama é um dos estados mais ao sul dos EUA. 
Quando você pensa em "sulista" nos EUA, você não pensa na Flórida, que é bem ao lado (e até mais ao sul geológicamente) mas é altamente cosmopolita: com pessoas de todo o mundo. Você pensa nos estados do sul que se rebelaram contra o norte na guerra da Civil e que ainda são, hum, do jeitinho deles, digamos assim. No Alabama as pessoas tem um jeito próprio: do jeito sulista de ser e têm orgulho disso. 


Eu não vou entrar em detalhes estereotipados como "hospitalidade sulista" ou qualquer outro que são famosos por aqui e fazem as pessoas se sentirem orgulhosas. 

É difícil explicar...




A cidade que estou é Mobile. Fala-se "mô- bil" e não "mo-bail" como se esperaria.
Sim, é exatamente a cidade-grande que o povo de Bluebell na série "The Hart of Dixie" fala tanto. Aliás, Bluebell não existe, mas é parecida com qualquer cidade do interior daqui.


UM POUCO DE HISTÓRIA: Durante os 100 primeiros anos da cidade de Mobile ela era a capital da colônia da Lousiana Francesa e obedecia as ordens da coroa da França! Até hoje eles têm grande apego à arte e cultura devido à sua história francesa: eles têm um grupo de ópera próprio, vários museus de arte, orquestra sinfônica e compania de ballet própria. Além de ser a primeira cidade a ter um Carnaval organizado de todo os Estados Unidos que depois, inspirados em Mobile fixeram o mesmo para a famosa Nova Orleans.

É um carnaval de desfile de carros, chamado de Krewe. Os carros desfilam e as pessoas aplaudem, bebem e dançam animadamente ao som de bandas durante o frio mês de fevereiro desde 1830.  De novo no seriado "The Hart of Dixie" mostra o costume de desfiles.

Mobile Alabama Posters - Metro Graphiques



A cidade é portuária, e é a única parte do Alabama que tem praia, mas como está frio não fui conferí-la. A primeira coisa que eu fiz foi conhecer a vizinhança do meu namorado para poder ter uma experiência de como as pessoas vivem no local. 

Conhecendo a vizinhança pude ver como as pessoas são amistosas e calorosas, enquanto no meu prédio no Brasil, ninguém se fala, aqui nos subúrbios as pessoas sempre se cumprimentam e muitos nos convidaram para irmos até à casa deles afim de me conhecer - a maioria nunca conheceu um brasileiro na vida e acharam muito interessante.




As casas são super fofas, como você vê em filmes. Pelo que notei, cá no sul as pessoas não tem a cerquinha branca da TV, na verdade a maioria das casa que vi não tem cerca alguma, o que é meio que um choque cultural pra mim, que infelizmente, nasci num país tão violento quanto o Brasil: Você precisa ter muros e cachorro!



No Brasil não é seguro mesmo não ter muros, todo mundo os têm.

Mas em contra partida, aqui ninguém abre a porta pra você sem te conhecer. Se você bater á porta de alguém, no Brasil, todos abrem. Aqui, niguém. O que é meio que um contrassenso se você raciocinar, mas confesso que eu tenho muita dificuldade em não abrir a porta para algué, que bate. E se for uma visita? E se for alguém precisando de ajuda? E se..? Nos subúrbios eles não querem saber. Não abrem e pronto. 

Aqui eles não só não abrem, como ainda desligam a luz pra você ir embora. E ainda chamam a polícia! Como a maioria das pessoas tem arma em casa e entrar numa propriedade é crime e como uma pessoa pode atirar em você , tudo de acordo com a lei, você sente meio que uma urgência em sair do quintal deles. Sinistro. Passei por isso, depois eu conto.



Pelo que entendi a hospitalidade funciona assim: Você é muito bem -vindo se eles te conhecerem. Eles vão te chamar quase todo dia ou toda semana pra alguma coisa, se te conhecerem. Se não te conhecerem, eles não vão abrir a porta pra ti. Simples assim. 
Mas posso estar errada. Por favor, me corrijam.



 Vez ou outra você vê alguma cerca, mas isso porque eles têm cachorros ou outros animais.

Outros animais: furões, galinhas, patos, cavalos... eu não vi nenhum cavalo, mas muita gente tem reboque de cavalo então tem que ter cavalo em algum lugar... Meu namorado disse que nessas casas daqui é muito raro alguém ter, mas como tem casa super isoladas devido ao jardim enorme, mas enorme mesmo, é capaz de que algumas tenham. Mas aqui são mais casas de praia, pessoas com dinheiro têm uma casa de campo aonde deixam os cavalos.



Acima o que eu falo de um quintal enorme - que não dá pra ver a casa! Ninguém me convence que não tem cavalo lá. Algumas propriedades, com gramados tão enormes me dão uma ideia de chácara ou fazenda... outros parecem reservas florestais com uma pequena mata privativa.



GRAMADO: todo mundo tem um gramado extenso, mas na área das mansões as pessoas colocam placas nas árvores da rua com o nome da família. Isso porque muitas ruas são sem -saída porque os donos da propriedade compraram todos os terrenos da rua, e você não vai entrar na rua a menos que esteja se dirigindo à propriedade deles.

Ma maioria das casas tem o nome da familia na caixa de correio também. Lindeza! Mas, denovo, também não é seguro no Brasil... As pessoas usam a sua informação pessoal para te assaltar.. Aqui isso não acontece



Falando de assaltos: Pelo que fui informada, apesar de eu achar super isoladas algumas das casas, aqui é muito raro ter assaltos porque todos têm armas em casa, e todos, sem exceção, atiram para matar. Então os assaltantes preferem não se arriscar já que em quase todos os assaltos à casas terminam com o assaltante morto. As pessoas atiram na barriga, peito e cabeça; em contrapartida, há casos de pessoas que foram mortas porque entraram numa casa para pedir ajuda, e o morador atirou na pessoa pensando ser um ladrão. Bizarro.


VEGETAÇÃO: Diferente de onde eu moro no Brasil, aqui o verde não dá fruta. 
Em todas as ávores no sul dos EUA você vê musgo pendurado, isso que parece uma barba. No início é estranho ter tanto musgo, mas quando você vem do norte de carro, se sente feliz quando começa a ver o musgo nas árvores e saber que você está no verdadeiro sul.

Vejo também muitos jardins e até pequenas matas, como eu disse, mas nada comestível no caminho... Nenhuma árvore frutífera. Algumas pessoas plantam árvores de frutas cítricas como laranjas, tangerinas ou limões, que cá eles chamam os limões de limas. De nativo tem umas frutinhas de cores que variam do vermelho ao roxo e que não são comestíveis. O que me dá uma aflição profunda, porque eu adoraria prová-las.


Os subúrbios de Mobile me dão um sentimento de isolamento.
Os quintais são tão grandes que não vejo ninguém brincando no gramado. Nem nenhuma alma viva (não olhei atentamente para ver se veria alguma alma morta, mas é possível, brincadeira.)


Vez ou outra se vê uma pessoa cortando grama ou limpando, que te cumprimenta com um sorriso e um aceno, mas é só. Ninguém anda a pé ou faz uma corridinha pela redondeza.

E é isso mesmo que eles querem: ninguém ao redor para incomodar.


MANSÕES: As mansões à beira do mar são um caso à parte que valem uma pequena nota: além de enormes, E-NOR-MES, elas têm um quintal gramado enorme. Enorme não, gigante. Quintal este que é circulado por uma pequena mata / floresta na maioria dos casos. Olhando da rua, você vê uma floresta murada com um pequeno caminho, que a pé, levaria cinco minutos até você chegar ao gramado da belíssima casa. 



Eles não fazem NADA com o terreno além de por grama e deixar as árvores naturais que os isolam da rua. É como se toda mansão fosse no meio de uma floresta.



Pra não dizer que ninguém faz nada, alguns tem piscina e uma pequena área de lazer e só, o resto é só terreno e terreno... grama, grama, grama e árvores nativas...Acho tudo ostentação de terreno ocioso. Sabe aqueles filmes de terror que você se pergunta "Pra quê que essas pessoas moram no meio da floresta?" Aquilo é o quintal delas. É pra se isolar mesmo. 



Eu fico pensando se eles pegam o carro para jogar o lixo fora já que as lixeiras são na rua.


Agora, se cavalo eu não sei quem tem ou não, o que eu tenho certeza é que quase  todo mundo tem barco. Eles são doidos por pesca aqui no sul! Além das inúmeras lagoas artificiais por todo lugar, aqui ainda temos um rio e o mar pertinho. Toda casa virada para o rio tem um pier para o barco. Para o barco.




Literalmente para o barco. Eu achava que eles faziam festas ou curtiam o rio  nestes píeres cobertos, mas estes são abrigos para os barcos. Todos os barcos são guardados fora d'água. Você não vê barco algum na água a menos que os donos o estejam usando. Fato.

Quem não mora de frente pro mar ou lagoa ou rio ou etc, tem o reboque no carro e guarda ou na garagem ou no quintal, todo cobertinho e bonitinho.


ACUMULADORESOutra coisa que aqui é diferente é que as pessoas deixam o carro a céu aberto mesmo tendo garagem. Não vejo ninguém fazendo isso no Brasil porque as intempéries acabam com a pintura do carro, aqui ninguém liga e pelo que ouvi é porque a pessoa ou tem a garagem lotada de tralha, ou a usa de uma outra maneira: como academia, sala de jogos ou sala para receber os amigos para festas. 



 Ter tralhas na garagem é normal aqui já que ninguém tem porão (o terreno alaga!). Passando na rua, quando alguém abre a garagem, às vezes me assusta. Chamam de Garage hoarders algo como acumuladores de garagem



Eu tenho um sério nojo problema com casas de acumuladores (ainda que leves ou iniciantes), já que eles parecem não ligar de terem muitas coisas em casa e te convidam pra fazer um monte de coisas na casa deles, como por exemplo entrar, jantar...  No Brasil as pessoas se sentem constrangidas e compelidas a se desculpar por ter uma casa bagunçada. É esperado que a casa esteja limpa e arrumada sempre. 

É obrigação, aqui é mérito só dos organizados.

Decluter http://www.hometowndumpsterrental.com/blog/selling-home-decluttering-can-speed-process  geezuis
[Peguei esta foto da internet para ilustrar. Não vou colocar foto da casa das pessoas!] 



NOJO PESSOAL: Eu tenho sérios problemas com limpeza, ou melhor, com a falta dela, e pra mim "ser pobre mas ser limpinha" é uma máxima brasileira que deveria vir pra cá urgente.
No Brasil as pessoas têm vergonha de te receber na cozinha até com louça suja! #saudade


 Acho muito nojento ter carpete e milhões de coisas sobre ele e não ter vassoura em casa. Como alguém não tem vassoura? Eles usam só aspirador e não lavam ou limpam o carpete. 



Eu me lembro a primeira vez que entrei numa casa e achei o cheiro estranho...



Perdi a conta de quantas casas em que a minha maior vontade era jogar um balde com água e sabão no chão. Esfregar a pia do banheiro, jogar tudo vencido fora. Entrando na casa das pessoas você entende bem porque velas aromatizadas e aromatizantes de ambientes são tão famosos aqui - e necessários... Tem muitas lojas nos shoppings que só vendem isso.




Mas enfim, Não quero falar mal dos outros...resolvi comentar sobre isso porque eu não vejo NINGUÉM comentando na internet e pra mim foi meio er... chocante.


MINHA CASA: A casa aonde eu estou é muito fofa. Casa de boneca. Toda de madeira. Por fora é azul clarinho e branco e por dentro vinho e cores quentes. O que também parece bem comum por aqui. Aonde eu moro no Brasil, as casas geralmente tem interior claro em tons clarinhos de amarelo, verde, azul, e branco. (já estava limpa mas primeira coisa que fiz foi limpar tudo. Eu tenho problemas. risos)




source: Sign , mobile, river

Comments

  1. kkkkkkkkkk OMG meus dedinhos coçaram só de ver a cozinha. Que gastura ver tantas coisas amontoadas em um só lugar. Mas o lugar e um sonho! Primeira coisa que veio a mente e um casal de velhinhos sentados apreciando o pôr-do-sol ^_^

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  2. nossa, vc devia ter filmado um walking trough nas ruas daí!! Adorei essa postagem! To correndo atrás dos posts que perdi por causa da correria até hj... ainda não acalmou tudo, mas tirei um tempo pra ler :P
    Sobre a limpeza, isso é coisa de brasileiro mesmo, fato. Não conheci ninguém na Coreia que tivesse essa mania nossa, e acabei relaxando enquanto estou aqui. Mesmo assim, quando minha roomie americana foi embora, ela disse q ia sentir falta da minha 'limpeza'. haha

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