Coisas da Coreia: Embalagens

Coreanos tem tara por embalagens. Ou queriam ser russos. Sei lá.

(Eu não estou falando de frascos e recipientes nesse poste, só sobre a embalagem que proteje os produtos, a parte que não tem o que se fazer com ela e jogamos fora, o embrulho! Frascos na Coreia são lindos!)

Embalagens de snacks coreanos devem ser inspiradas em bonecas matryoshka. Foto daqui.

Sempre morro de raiva quando compro um pacote gigante de biscoito e quando abro tem outra embalagem. E dentro dessa, outra embalagem que é onde estão os biscoitos, embrulhados individualmente, numa caixa-armação que não permite que um pacote encoste no outro. A frustração ao descobrir que a embalagem gigante contém apenas metade da capacidade é enorme.

Não que eu não goste das coisas bem embaladas, mas aqui chega ao nível do desperdício. A quantidade de papel e plástico que jogo fora por dia aqui é equivalente a uns 3-4 dias do que jogava fora no Brasil. E isso faz uma sirene apitar na minha cabeça... Hein? E aquele papo de sustentabilidade? Tenho a sensação de que a população de Seul não está nem aí pra quantidade de lixo que produz a cada caixa de biscoito que se consome.

Sinto que estou jogando meus wons sul-coreanos diretamente no lixo quando abro alguma coisa que foi empacotada ao estilo matryoshka.  Dito isso, acabei reduzindo a quantidade de snacks que consumo. Compro alguns pra comer quando estou estudando pra não ter que sair do quarto ou manter na bolsa pra um momento de necessidade - e só. Bom que não engordo.

Até a maçã foi embalada.

Claro que também tem lado bom nisso. Quase toda reunião que fui em empresas e eventos aqui, foram oferecidos esses snacks durante o intervalo. É uma porção pequena, só pra 'tapear' mesmo, e perfeita pra esse tipo de ocasião. Além disso, as embalagens (apesar de exageradas) são lindas e super-protegem os produtos (quase não vi caixas amassadas e produtos danificados, mas isso pode ser também por causa da educação da população coreana). A chance do seu biscoito vir quebrado é proxima de zero.

Vi que existe cursos superiores focados em design de embalagens, e tem uma feira disso também. Tem embalagens tão diferentes que vc às vezes quer comprar só pra abrir. Todas que peguei até hoje eram super intuitivas e funcionais - e não igual àquela fitinha vermelha da aimorés que não funciona na metade das vezes.

A embalagem mais difícil que encontrei foi o triangle kimbap: ele é embalado em plástico de forma que a alga não toque o arroz pra ela ficar crocante quando você for comer, e se você não abrir do jeito certo vai ter que comer a alga separada. Minha professora de coreano disse que nunca consegue abrir um sem quebrar a alga, mas nisso eu me tornoei doutora - Kimbap é gostoso, barato, enche e se acha em qualquer lugar. Se você não entendeu o paranauê que é abrir um kimbap, veja aqui:  http://kimchimandu2.blogspot.kr/2010/12/triangle-kimbap.html

No canto direito superior tem o número 1 indicando por conde começar a abrir.